terça-feira, 22 de julho de 2008

DESFILE 9 DE JULHO 2008

MULHERES DA VERDADE

NO DESFILE DE 9 DE JULHO DE 2008


LUTANDO PELA ÉTICA, PELA CIDADANIA
E PELA JUSTIÇA SOCIAL
COM CORAGEM E DETERMINAÇÃO












sexta-feira, 20 de junho de 2008

Um pontapé na inércia



Driblando a tendência nacional à passividade, Yvonne Capuano, de 71 anos, criou o movimento Mulheres da Verdade três anos atrás. Médica, escritora, empresária, diretora da Associação Paulista de Medicina e com quatro cargos na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) - entre outras ocupações -, ela conseguiu a proeza de reunir e articular cerca de 40 entidades de diferentes setores da sociedade para discutir questões relacionadas à ética, cidadania, ações sociais e combate à corrupção. O movimento não tem fins lucrativos e visa à ampliação da consciência da sociedade, formando mulheres líderes - de todas as idades, classes e credos. Na prática, promove palestras, cursos, ações e fóruns, os quais envolvem os associados das entidades que compõem o movimento, que não se restringe às mulheres, apesar do nome. O próximo evento está marcado para 8 de abril, no auditório do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), e vai abordar a aplicação da Lei Maria da Penha (que incrimina casos de violência doméstica). A delegada e deputada estadual Rose - Rosemary Corrêa (PSDB/SP), criadora da primeira delegacia da Mulher - é integrante do movimento desde o começo. Uma das ações que coordenou, alguns anos atrás, foi um levantamento sobre casos de violência doméstica que vão parar nas delegacias. Passado um ano da promulgação da Lei Maria da Penha, agora o grupo está refazendo o levantamento para ver o que mudou. Os resultados serão apresentados no fórum de 8 de abril, que tem por objetivo esclarecer pontos da lei, tanto para os profissionais envolvidos na sua aplicação como para a sociedade. "É uma lei excelente, mas as mulheres ainda não têm conhecimento das inovações, especialmente no que diz respeito às medidas de proteção", diz Rose. Poucos sabem que, se há risco de violência e necessidade de mudança de endereço, as mulheres que trabalham como funcionárias públicas têm prioridade para serem transferidas de emprego, e as de empresas privadas têm direito a uma licença remunerada de até seis meses. Segundo Rose, as vítimas de violência doméstica geralmente faltam um dia para cada cinco de trabalho. "A lei é severa e rigorosa. O objetivo do fórum é promover consciência sobre sua aplicação e amplitude." Para atender os 5.565 municípios do País, existem apenas 365 delegacias da mulher. Por isso, é importante conscientizar a polícia sobre o atendimento às vítimas e a aplicação da Lei Maria da Penha. Do diálogo entre o movimento Mulheres da Verdade e a Academia de Polícia Civil de São Paulo, surgiu um texto com orientações sobre a lei, e este será distribuído em todas as delegacias do estado de São Paulo. "Há falta de informação das autoridades", diz Rose. PARTICIPAÇÃO POLÍTICA Em ano eleitoral, vale apontar que outra bandeira do Mulheres da Verdade é difundir o voto consciente e aumentar a representação feminina na política, promovendo também cursos de capacitação para a ocupação desses cargos. Algumas das entidades participantes do movimento são engajadas no tema, como a Liga das Mulheres Eleitoras do Brasil (LIBRA) - cujo objetivo é preparar lideranças na política, sejam candidatas ou cidadãs. "A mulher tem vontade de fazer algo pelo seu município, mas chega lá e se depara com uma estrutura fechada. O desafio é muito grande, existe discriminação e, para fazer algo de fato, é preciso romper com esse esquema", comenta a vereadora de Mogi-Mirim Marilene Mariottoni (PR), que está no quinto mandato e é vice-presidente da Associação das Vereadoras do Estado de São Paulo. "Queremos que o número de mulheres na política aumente, mas com mulheres capacitadas. A imposição se dá pela competência", completa. Hoje, o movimento reúne inúmeras mulheres, e atua em várias frentes. A inspiração de Yvonne Capuano, a fundadora, foi um grupo que conheceu há 20 anos na Argentina: uma liga de senhoras donas de casa. "Eram mulheres extraordinárias, que se posicionavam contra algumas atitudes do governo", lembra. Desde essa época, acalentou o sonho de criar algo semelhante no Brasil, mas, durante a década de 80, não via um cenário propício para a empreitada entre as brasileiras. "Houve uma evolução muito grande nessas duas últimas décadas", comenta. Por anos, Yvonne trabalhou como presidente das Panelas Clock e acompanhou de perto o avanço feminino no mercado de trabalho. A revolta com a corrupção na época do escândalo do "valerioduto" serviu como gatilho para dar início ao movimento. Reuniu amigas e entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil; Rotary; CIEE; União Cívica Feminina e Associação das Mulheres Médicas, entre outras. O primeiro ato foi o Dia do Não: fizeram um protesto na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo contra a corrupção. As camisetas pretas com o logo Mulheres da Verdade virou marca registrada. Elas têm até um hino e participam dos desfiles militares nas datas comemorativas. "É o sentimento cívico, um exercício de cidadania", diz Ilona Marcia Bittencourt, uma das integrantes.
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